Desenvolvimento cognitivo - Jean Piaget

05-06-2009 09:20

Jean Piaget ao longo da sua carreira, apercebeu-se que a psicologia lhe proporcionava a oportunidade de estabelecer ligações entre a epistemologia e a biologia. Através da integração destas três áreas – a psicologia, a biologia e a epistemologia – Piaget pretendia desenvolver uma abordagem do estudo do conhecimento (a sua natureza e a forma como cada indivíduo o adquire).

Com uma entrevista clínica (uma técnica de conversação com um final em aberto, para identificar ou determinar os processos de raciocínio infantil, em que os elementos importantes são as opiniões e as explicações apresentadas pelas crianças).

Piaget tentava, assim, encontrar uma explicação para a forma como a criança entendia o seu mundo.

A sua teoria centra-se na necessidade humana de descobrir e adquirir conhecimentos mais aprofundados e de compreender aquilo que nos rodeia. A sua perspectiva principal consistia em afirmar que a adaptação se baseia no objectivo de alcançar um equilíbrio harmonioso a nível das interacções que ocorrem entre o organismo e o meio. O indivíduo encontra-se constantemente num processo de reconstrução da realidade.

Com a observação, diálogos e experiências observando o desenvolvimento dos próprios filhos, Piaget afirmou que a criança percorre uma série de fases ao longo do processo de estruturação do seu pensamento, e que em cada um desses períodos corresponde a uma transformação significativa na estrutura ou lógica do seu pensamento.

Piaget, com a sua teoria cognitiva, preconiza quatro estádios:

*        1ºEstádio: Sensório-motor (0-2anos), a criança apresenta uma progressão que vai dos comportamentos reflexos inatos até aos comportamentos complexos do final do estádio. Há, seis sub-estádios:

·         Actividade reflexa ou instintiva: execução de reflexos inatos (0-1mês)

·         Reacções circulares primárias: nas quais o comportamento, como chupar o dedo se centra no próprio corpo e é repetido continuamente (1-4meses)

·         Reacções circulares secundárias: nas quais combina esquemas para resolver problemas (10-12 meses)

·         Reacções circulares terciárias: onde assistimos à exploração activa do meio pela criança, usando a experiência para descobrir coisas novas e representação interna, onde a criança já é capaz de elaborar antecipadamente planos (12-24 meses)

 

 

 

*        2ºEstádio: Pré- operatório (2-7anos), através do uso simbólico da linguagem e da resolução intuitiva de problemas, a criança começa a compreender a classificação dos objectos.

·         O período pré-conceptual (2-4anos) baseia-se na capacidade do pensamento simbólico, que se desenvolveu no final do estádio Sensório-motor. Tem um notável desenvolvimento no pensamento e na linguagem, e nas limitações ao nível das capacidades (animismo, isto é, quando a criança atribui sentimentos e intenções a objectos inanimados e o egocentrismo, ou seja, a incapacidade da criança se descentrar do seu próprio ponto de vista, sendo-lhe difícil compreender as opiniões e pontos de vista dos outros).

·         O período intuitivo (4-7anos), a criança começa a desenvolver de forma mais sistemáticas operações de ordenação, classificação e quantificação, mas, não tem ainda a capacidade de compreender que transformações na aparência de um dado conjunto não significam que ocorra uma alteração fundamental no mesmo.

 

 

*        3ºEstádio: Operações concretas (7-12 anos)

Ocorre uma nova transformação a nível do raciocínio que permite à criança ter em conta diferentes aspectos dum determinado problema, deixando de estar centrada num único aspecto.

·          Compreensão

·          Reversibilidade

Estas aquisições permitem o desempenho com sucesso dum conjunto de tarefas (nomeadamente as ligadas às aprendizagens escolares), mas o pensamento da criança permanece dependente do meio imediato, revelando ainda dificuldade em conceitos abstractos.

 

 

*        4º Estádio: Operações Formais (12anos)

Inicia-se a fase do raciocínio abstracto. A criança consegue agora manipular mentalmente conceito, bem como objectos reais e pessoas, consegue especular sobre certas possibilidades, deduzir a partir de factos e formular e testar hipóteses.

 

 

 

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